30 janeiro 2007

Moore ou Morrison?

Alguém colocou a pergunta.
Aqui segue a minha resposta:

É inegável a importância do douto hirsuto para a modernidade de uma indústria dos comics onde não só a qualidade e o nexo de intencionalidade de cada valor de produção favorecem a obra como um todo, mas também pela valorização do "argumentista" como parte primacial no processo criativo.

Todavia... Morrison é Pow, é Bang, é Biff, é Zap.
Se bem que Escocês, é de cá, é de lá, é americano e é de todo o universo.
Gourmet de todo o tipo de iguarias psico-trópicas e outras, é normal fazer do Evangelho de um Coiote um pequeno nada que é tudo, ou Infinitas Crises um tudo que molda na palma da mão, chegando a quebrar a 4ª dimensão e permitindo aos leitores um relacionamento doentio com as personagens.
É Xorn, é Marcianos Brancos, é um Invisível roubado pelos Wachowski, é um esquadrão de assassinato de vacas Skrull, um Asilo Arkham e um Super-Homem de todas as estrelas, completo e definitivo.

Para além da sua abrangência, Morrison ultrapassa Moore pela cumplicidade que tem para com o trabalho regular, pela ausência de medo de se enfrentar a si próprio e pela alegria pura e simples de trabalhar em projectos ora intelectuais e elitistas, ora primais e puramente simplistas.

Se Morrison é filho das oportunidades geradas por Moore, hoje é pai por direito próprio, e nem mesmo toda junta, a prole de Ellis, Ennis, Millar e companhia se aproximam da sua genialidade.

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