30 novembro 2011
A sequência
Encadeavam-se ao segundo, quais membros de uma tribo indistinguível e inominável de insectos dominados por uma mente colectiva.
Queriam morder tudo ao seu redor, pela incapacidade de alterarem uma natureza demasiado perene para algum dia exibir quaisquer sinais de mudança.
Pensavam um só pensamento, suspiravam um só suspiro, eram um só ser. Afinal, já haviam tentado ser livres e únicos, mas o peso pesado das rochas do ser agarrava-os agora e sempre às malhas de uma rede que foram ensinados a amar.
Vítimas de um determinismo mais antigo que os átomos que os compunham, cumpriam cegamente a demanda anunciada, mesmo que esta retratasse apenas uma letargia anacrónica.
Nem o jogo da inexistência de vida os desviaria de metas, propósitos e ordens. Eram quem lhes fora instruído que fossem, e mais não sabiam, e mais não queriam saber.
Queriam morder tudo ao seu redor, pela incapacidade de alterarem uma natureza demasiado perene para algum dia exibir quaisquer sinais de mudança.
Pensavam um só pensamento, suspiravam um só suspiro, eram um só ser. Afinal, já haviam tentado ser livres e únicos, mas o peso pesado das rochas do ser agarrava-os agora e sempre às malhas de uma rede que foram ensinados a amar.
Vítimas de um determinismo mais antigo que os átomos que os compunham, cumpriam cegamente a demanda anunciada, mesmo que esta retratasse apenas uma letargia anacrónica.
Nem o jogo da inexistência de vida os desviaria de metas, propósitos e ordens. Eram quem lhes fora instruído que fossem, e mais não sabiam, e mais não queriam saber.
28 novembro 2011
O assassino que se perdeu no Carnaval
Era o melhor dos melhores.
Fulminava centenas de milhar de figuras com os fogos flamejantes da sua farta mente.
Foi no meio de uma missão de morte e comiseração que conheceu a mais encantadora de todas as suas vítimas.
Ela morria como ninguém, ora cravejada de cruéis cunhas sanguinárias, ora de oblongos obuses homicidas.
Ali, estendida, sorria a cada morte, sangrando com uma verve escarlate sem igual.
Ela morria como ninguém, ora cravejada de cruéis cunhas sanguinárias, ora de oblongos obuses homicidas.
Ali, estendida, sorria a cada morte, sangrando com uma verve escarlate sem igual.
Tolhido pela concepção da sua vítima ideal, ele ocorreu no erro típico de quem julga feitiçaria funesta por magia mortal, passando a matá-la de acordo com os próprios sonhos suicidas, em vez da sua típica técnica terminal.
Espantado, percebeu que ao fazer-lhe a vontade ela deixara de sentir qualquer malograda morte ou simples mal. Levantou-a do chão e tudo o que restara dela era uma máscara, um fato vazio que aparentava gostar de morrer mil vezes, mas que afinal estava oco de ornamentos ocasionais, e que prezava apenas a vida como todas as demais.
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