Apesar da falta de tradição no nosso país, programas como o Saturday Night Live ou Mad TV elevaram o estatuto do sketch interpretado por grupos de actores que funcionavam numa lógica aproximada de companhias de teatro, e que deram ao mundo talentos como Chevy Chase, Eddie Murphy, Bill Murray, ou, mais recentemente Will Ferrell, Mike Myers e Adam Sandler.
Interessante é porém reparar que às ganas criativas do início deste tipo de projectos, e ao seu auge de gags cheios de nonsense e um avantajado par de testículos, se passou em meados dos anos 90 por uma seca que dura até hoje de actores medíocres, piadas repetidas até à exaustão e uma confrangedora falta de coragem em atacar certas figuras.
Se muito pode ser atribuído à presente versão da queda do império romano-americano, às mãos do louco incendiário Nero-Bush, também é verdade que a exigência do público foi sendo cada vez menor numa sociedade mediada por baixos patamares culturais e críticos.
Mas como nem só de exaustão e gerações xunga vive este nosso mundo, uma das melhores coisinhas a sair da MTV enquanto produtora de conteúdos nos anos 90 foi a série The State, que voltou a pegar na comédia de sketches feita in-house por uma companhia de actores saídos de clubes de comédia e do improv-stand up novaiorquino que teve o condão de explodir convenções e explorar gags e punch lines bastante ousadas. Infelizmente a MTV na altura não tinha a abrangência que tem hoje, e o programa, assim como o grupo, viriam a desvanecer-se nas malhas do esquecimento, deixando no entanto grandes malhas como esta…
09 outubro 2006
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